Política

Militares pedem e Assembleia adia votação da LOA pela quarta vez

JHC reconheceu que há pontos obscuros e apresentou pedido no plenário. Análise do Orçamento do Estado será retomada na próxima quinta (16)
Por Do G1 AL 15/01/2014 - 09:02

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Militares pedem e Assembleia adia votação da LOA pela quarta vez

A Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE/AL) adiou pela quarta vez, desde a última semana, a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Desta vez, o pedido foi feito pelo deputado João Henrique Caldas (SDD) durante a sessão desta terça-feira (14). Ele diz que há "pontos obscuros no projeto enviado pelo Executivo". A análise do Orçamento será retomada na próxima quinta-feira (16).

De acordo com o subtenente Teobaldo, da Polícia Militar, o pedido de adiamento do deputado apresentado no plenário foi feito após solicitação dos militares. Muitos representantes da categoria acompanharam a sessão. "A Casa tem o compromisso dela, mas, até então, o governo não firmou nenhum acordo com os militares. Caso o projeto de equiparação salarial não seja encaminhado à Assembleia, podemos retomar a operação padrão", disse.

O deputado JHC se defendeu dizendo que não se pode aprovar um Orçamento em que, em um ano de eleição, o governador deixa facultativa a aprovação de empréstimos pela Casa de Tavares Bastos. "É como se autorizássemos que o governador ficasse com um cheque em branco para fazer empréstimos bilionários", revelou.

O presidente da ALE, Fernando Toledo, disse que marcou a sessão para dois dias depois para que fosse respeitado o regimento interno. "A Assembleia está empenhada em resolver esse impasse. Amanhã haverá sessão normal e quinta-feira retomaremos as discussões", explicou.

Discussões
A solicitação de adiamento do julgamento foi recebida com surpresa pelos demais deputados. Eles classificaram como suspeita a "manobra" dos militares em impedir a votação. JHC, no entanto, rebateu o argumento. "Querem me calar. Todos me pressionam aqui na Casa. Precisamos esclarecer os pontos da peça orçamentária", enfatizou.

Já o deputado Isnaldo Bulhões disse que houve uma quebra de acordo entre os parlamentares. "Conversamos e chegamos ao entendimento de que o Orçamento seria votado hoje. Mas o deputado JHC, com esse pedido, se mostrou imaturo", afirmou.

Antonio Albuquerque (PRTB) acompanhou o pedido de JHC. No entanto, os outros deputados, que já haviam decidido pela votação, pediram para o parlamentar rever o pedido. O valor total do orçamento a ser votado é de R$ 8,3 bilhões.

Ficou acertado anteriormente que seria aprovada apenas a LOA e uma emenda no valor de R$ 81 milhões, que é o impacto financeiro dos três projetos dos militares. Já a pauta da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros ficaria para depois.

"Todo mundo culpa a ALE por tudo, mas desta vez o culpado foi o Governo que não entregou o projeto com o impacto financeiro dos projetos da PM e CBM", disse Judson Cabral (PT).

A sessão começou, como de costume, às 15h15, mas foi pedida pelo deputado petista a interrupção por 20 minutos, que acabou demorando quase uma hora. Depois, quando estavam todos prontos para começar a votação, JHC pediu o adiamento. E a discussão durou horas.

Na segunda-feira (13), a votação foi suspensa porque os três projetos dos militares não haviam sido enviados pelo Executivo.

Projetos dos militares
Um dos projetos que atende aos militares é o da Lei de Promoções, que altera os critérios de ascensão na categoria. Com isso, fica criada a promoção por avaliação de desempenho profissional, pontuação por cursos de nível superior, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além da extinção da promoção por escolha.

Também foi encaminhada, pelo governo do estado para apreciação da ALE, a criação do Serviço Voluntário Remunerado na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas. Ainda há o projeto de equiparação salarial, que só poderia ser colocado em votação após a aprovação da LOA.


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