Judiciário
Mutirão carcerário em Alagoas é iniciado oficialmente
“A liberdade de quem tem direito à liberdade não é contrário ao interesse da sociedade”, afirmou juiz do CNJO presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, José Carlos Malta Marques, abriu oficialmente os trabalhos do Mutirão Carcerário, promovido em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento ocorreu na tarde desta segunda-feira (04) , na Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal), onde também será operacionalizado todo o Mutirão. Representantes do CNJ, da Defensoria Pública do Estado e do Ministério Público participaram da abertura.
O presidente Carlos Malta destacou o caráter humanitário do Mutirão. “O que se inicia aqui é uma marcha que, além de uma simples questão de números, tem um cunho de humanidade, porque possivelmente nessa verificação podemos encontrar situações de erros que estão a prejudicar alguém.”
Para o juiz José Braga Neto, coordenador do Mutirão e titular da 16ª Vara Criminal da Capital Execuções Penais, a ação é fundamental para a correção ágil de eventuais injustiças. “O objetivo é ver possíveis irregularidades nas prisões tanto dos presos provisórios quanto dos sentenciados. É também um momento para reflexão sobre todo o sistema. Um sistema prisional ruim contribui para elevar a criminalidade”.
O juiz Douglas de Melo Martins, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, enfatizou a necessidade de um sistema prisional eficiente. “O que nós fazemos no mutirão tem reflexos na segurança pública em geral. É preciso dar a devida atenção ao sistema prisional. A liberdade de quem tem direito à liberdade não é contrário ao interesse da sociedade”.
Representando o Ministério Público Estadual (MPE), que também colabora com o Mutirão, Cyro Blatter, promotor de Justiça de Execuções Penais, participou do ato de abertura. “O MP não pugna para que pessoas seja mantidas presas, e sim para que seja cumprida a lei. Nem um dia a mais, nem um dia a menos”, ressaltou Blatter.
O procurador da República Paulo Taubemblatt estava entres as autoridades presentes na Esmal. “Estamos aqui para reconhecer direitos, não para criar direitos ou fazer estatísticas.” reiterou. Taubemblatt é membro auxiliar do Conselho Nacional do Ministério Público.
O juiz Reno Viana Soares será o coordenador geral do Mutirão Carcerário, na parte que cabe ao Conselho Nacional de Justiça. O desembargador Alcides Gusmão, corregedor geral de Justiça, e o defensor público geral, Daniel Alcoforado, também participaram da abertura.