Conseg nomeia coronel da PM de AL para investigar chefe do Estado-Maior

O Conselho Estadual de Segurança (Conseg) decidiu que uma comissão vai ser responsável pela instauração de procedimento administrativo contra o chefe do Estado-Maior da Polícia Militar de Alagoas (PM), coronel Ivon Berto, por suposta infração disciplinar contra os princípios da corporação. O presidente da comisão, segundo o Conseg, será o coronel João Raimundo de Souza Amorim.

A medida acontece depois que o cel. Berto revelou a ingerência política na tropa em entrevista ao jornal Gazeta de Alagoas, no dia último dia 6. Na ocasião, o coronel expôs fortes indícios de irregularidades cometidas pela cúpula da segurança pública de Alagoas.

No processo referente ao chefe do Estado-Maior da PM, o Conseg menciona expressamente como motivo a entrevista concedida por Ivon Berto. O argumento é de que ele teria falado sem prévia autorização, fardado, sobre assuntos que dizem respeito à corporação militar, o que se constitui “suposta transgressão disciplinar”.

O relator do processo, promotor Alfredo Gasar de Mendonça, votou pela instauração do procedimento. “Por questão de ordem e disciplina, esse procedimento deve ser investigado porque não se pode ferir a hierarquia da corporação. E o coronel Ivon Berto ocupa o terceiro lugar na hierarquia, sendo subordinado a outras duas pessoas”, falou.

O presidente do Conseg, juiz Maurício Brêda, também deu seu parecer favorável. O magistrado indicou o coronel Ronaldo Santos, mas, ao fim do debate, o nome escolhido foi o do coronel João Raimundo de Souza Amorim.

O nome de Amorim foi indicado pelo major Mário da Hora, que é um dos conselheiros. Antes, ele falou que não era favorável ao nome do coronel Ronaldo Santos porque ele já teve cargo de confiança no governo. Depois da nova sugestão, os conselheiros aprovaram o nome de Amorim por unanimidade.

Entenda o caso
Na entrevista ao jornal, o militar criticou o programa Brasil Mais Seguro, processos de promoção e citou o episódio que atribui ter resultado na substituição do comandante do 5º Batalhão da PM, com sede no Benedito Bentes.

Segundo a denúncia, a mudança teria sido feita por influência política, a pedido do vereador Silvânio Barbosa (PSB), que se indispôs com o então comandante e teria dito, em um show no bairro, que o trocaria. O vereador, o comandando da PM e a Defesa Social negaram motivação política no episódio. Mas o Conseg determinou à PM que retificasse a troca dos oficiais no 5º Batalhão.