Construção de barragens diminuiria crise de produtores rurais no NE

Com a última seca, existe a necessidade de um forte investimento por parte dos produtores para recuperar os canaviais e voltar à produtividade
Por Extra 29/08/2013 - 15:05

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Construção de barragens diminuiria crise de produtores rurais no NE

Pensando em aliviar os estragos causados pela estiagem deste ano e a próxima que virá, os produtores nordestinos de cana-de-açúcar solicitaram durante a 18º Reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no último dia 23 em Maceió, a implementação de ações voltadas à irrigação e à silagem na Zona da Mata de toda a Região Nordestina, com também construção de pequenas barragens.

 

Uma questão coerente levantada pelos produtores é a de que a política equivocada do Governo Federal em fixar artificialmente o preço da gasolina gerando uma concorrência desleal com o etanol, acabou interferindo diretamente no preço da cana, pago aos fornecedores independentes.

 

Na reunião foi reivindicada também a manutenção do Programa de Subvenção para os Produtores de Cana do Nordeste, onde foi solicitada pela União Nordestina dos Produtores (Unida), a regulamentação do Programa por um período mínimo de 10 anos, no valor de R$ 12 por tonelada de cana, reajustado por ano. Com a última seca, existe a necessidade de um forte investimento por parte dos produtores para recuperar os canaviais e voltar à produtividade já alcançada, níveis estes atingidos devido o Programa nos últimos anos.

 

Em relação ao âmbito local, o Jornal Extra procurou o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Estado de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes, que explicou sobre as principais propostas levantadas na reunião e destacou também a aprovação da Sudene em torno da questão da irrigação e selagem.

 

“O foco foi à seca e o prejuízo causado por ela. Apresentamos ao ministro os diversos problemas e pedimos que o governo federal tente a reposição de água com a distribuição de mais carros-pipa. Nosso pedido em relação a irrigação e selagem foi aprovado pela Sudene, isso já é uma vitória, mas não para por aí. O trabalho só está começando, precisamos agora desenvolver uma política correta para que as coisas se desenvolvam da melhor forma possível e que essa crise diminua”, destacou.

Lourenço falou também da falta de água que está afetando algumas regiões do Estado de Rio Grande do Norte. “Tem lugares no Rio Grande do Norte que as barragens estão secando, e que pelos nossos cálculos em no mínimo três meses pode ser que falte água nessas regiões. A situação é bastante crítica e o governo precisa agir de uma forma mais rápida e consciente”.

Composição do PIB

Segundo informações, toda a cadeira produtiva sucroenergética, composta por trabalhadores, produtores e industriais, tem forte participação na composição do PIB dos estados nordestinos. Ela responde, por exemplo, por 20% e 10% do de Alagoas e de Pernambuco.

 

Ainda de acordo com dados relacionados à produção da cana-de-açúcar, a área ocupada pelos fornecedores no Nordeste é de aproximadamente 327.000 hectares, o que corresponde a um rendimemento agrícola médio de 55,0 toneladas por hectare, onde 18 milhões de toneladas de cana são destinadas a fabricação de açúcar, etanol e aguardente, o que contribui para um faturamento total do setor agroindustrial canavieiro de 8 bilhões de reais anuais.

 

Mas que com incidência da seca nos canaviais, a região na safra 2012/2013 teve a redução na produção de mais de 25, onde os mais atingidos foram os fornecedores independentes, em virtude dos mesmos não terem o trabalho de irrigações em seus canaviais por falta de estrutura.

 

 R$750 mi contra a seca

 

Na ocasião, o ministro  da Integração Nacional, Fernando Bezerra anunciou um investimento de R$750 milhões, recurso esse  do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE),  que será empregado  em ações de combate à seca na região

 

 

 

 


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