Política

'Não vou atender aproveitadores', diz secretário sobre invasões em Maceió

Movimentos sociais vêm ocupando diversos terrenos na capital alagoana. Prefeitura diz que número de famílias sem-teto é menor que o apresentado
Por Do G1 AL 19/08/2013 - 10:39

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'Não vou atender aproveitadores', diz secretário sobre invasões em Maceió

O secretário municipal de Habitação, Mac Lira, afirmou, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (19), no Hotel Radison, com outros gestores municipais, que não vai "atender aproveitadores". A informação diz respeito às recentes invasões de terras privadas por parte de movimentos sociais, que cobram moradia para famílias carentes que vivem na capital alagoana.

De acordo com Lira, o movimento passou uma lista com sete mil famílias cadastradas, o que, segundo o secretário, daria cerca de 35 mil pessoas. A pasta rebate esta informação, dizendo que a prefeitura tem realizado um levantamento junto aos movimentos e o número não chega ao apresentado.

"Não podemos atender as famílias de forma imediata. Existe um cadastro do município que inclui outras famílias. Temos que ter muito cuidado", afirmou Lira ao ressaltar que as famílias realmente carentes serão incluídas no cadastro para habitação.

Este cadastro vai listar pessoas que terão direito a receber imóveis do conjunto habitacional Parque dos Caetés, que será construído no Benedito Bentes, maior complexo residencial de Maceió. A previsão, de acordo com informações da Secretaria de Habitação, é que os imóveis fiquem prontos em dois anos.

Invasão
Cerca de 1,5 mil famílias ligadas ao Movimento Via do Trabalho (MVT) invadiram o terreno de uma construtora no conjunto Jardim Petrópolis, no Tabuleiro do Martins, no último mês de maio. Após diversas intervenções da prefeitura e uma ação de reintegração de posse, as famílias desocuparam a área.

No início de agosto, cerca de 40 pessoas ligadas aos movimentos sociais Via do Trabalho e Luta Pela Terra começaram uma ocupação em um terreno no bairro da Serraria, às margens da Avenida Pierre Chalita. A representante do grupo, Maria Soares da Silva, informou que as famílias moram na região e reivindicam o direito a moradia.

Depois de mais uma intervenção do poder público em conjunto com a Polícia Militar, as famílias deixaram o terreno para ocupar outra área em um ponto diferente da capital, dessa vez, próximo à Avenida Marcio Canuto, onde se encontram desde então.

Segundo o representante do Movimento Via do Trabalho (MVT), Marcos Antônio da Silva, o Marrom, as famílias são de bairros próximos ao terreno como Serraria, Barro Duro e Sítio São Jorge. “Estamos ocupando áreas ociosas para pressionar o governo e garantir moradia digna para as pessoas que não têm para onde ir”.


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