ESCRAVA SEXUAL

Jovem relata inferno que viveu com o EI

Por por BBC 25/07/2017 - 07:57

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Ekhlas, uma jovem iraquiana da minoria yazidi, vive hoje em um hospital psiquiátrico na Alemanha. Não é o ideal, mas pelo menos mais seguro do que seu último destino, no norte do Iraque.

"Minha vida era bonita, mas duas horas a mudaram completamente", contou ela a Fiona Lamdin, do programa Victoria Derbyshire, da BBC.

"Eles vieram com sua bandeira negra. Mataram os homens e estupraram as meninas."

Em agosto de 2014, a aldeia de Ekhlas foi atacada por militantes do grupo que se autodenomina Estado Islâmico. Muitos homens foram mortos. Mulheres e crianças, capturadas.

Ela, então com 14 anos, e sua família tentaram escapar pelas montanhas, mas não chegaram muito longe.

"Mataram meu pai diante dos meus olhos. Vi o sangue dele em suas mãos."

Quando capturaram sua família, os militantes do Estado Islâmico separaram Ekhlas da mãe e a colocaram em uma prisão.

"Tudo o que escutava eram gritos, choro. Todos estávamos com fome, eles não alimentavam ninguém", disse ela.

"Vi um homem de mais ou menos 40 anos sobre uma menina de 10. A menina gritava.""Nunca me esqueci desses gritos. Ela dizia 'mamãe, mamãe...', mas não conseguimos fazer nada."

A jovem foi escolhida por um militante entre um grupo com 150 adolescentes.

"Era tão feio, como um monstro, com cabelos compridos. Cheirava tão mal... tinha tanto medo que não conseguia olhá-lo."

"Me estuprou todos os dias, durante seis meses. Tentei me matar", relatou a adolescente ao programa da BBC.

"Como consigo contar tudo isso sem chorar? Fiquei sem lágrimas", concluiu.


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