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Samu atende mais de mil vítimas de surtos psiquiátricos

Por João Victor Barroso - Agência Alagoas 30/10/2017 - 09:30

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Foto: Assessoria
Foto: Assessoria

O que podemos fazer quando nos deparamos com uma situação onde uma pessoa, com algum tipo de transtorno mental grave, está passando por um momento de crise, colocando a própria vida ou a vida de outros em risco? A explicação para esses casos vem do supervisor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Dárbio Alvim. 

“Dependendo da gravidade do paciente, o Samu envia uma ambulância para que seja feita a contenção dessa pessoa. Posteriormente, ela é encaminhada para o Hospital Escola Portugal Ramalho, no caso de Maceió, ou para o Instituto Teodora Albuquerque, em Arapiraca, onde são atendidos os casos de urgência psiquiátrica”, explicou. 

Dárbio Alvim, também salientou que existe a possibilidade de fazer o encaminhamento, nas duas cidades, para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Essa “rotina” de ligações, para o número 192, é feita constantemente pela aposentada Marli dos Santos, 69 anos, por causa da nora, Nancy Alves, 48 nos, que sofre de esquizofrenia, e de tempos em tempos precisa ser internada no Hospital Escola Portugal Ramalho.

“Depois que o primeiro filho dela nasceu, há 23 anos, ela desenvolveu um quadro de esquizofrenia, porque antes disso minha nora era forte e cheia de vida. A Nancy já foi internada 69 vezes no Portugal Ramalho e, mesmo tomando os medicamentos de forma correta, às vezes ela entra em uma crise muito forte, fica agressiva, violenta e ninguém consegue acalmar. Quando isso acontece, precisamos acionar o Samu e sempre que solicitamos uma ambulância, a equipe não mede esforços para nos ajudar”, relatou, ao recordar que, o último internamento de Nancy aconteceu no dia 28 de setembro deste ano.

Procedimentos do Atendimento 

 Todos os atendimentos de pacientes psiquiátricos são feitos acompanhados de viaturas da Polícia Militar. Elas devem ser solicitadas tanto pelos familiares, como pelas equipes do Samu.

“Essa é uma medida protetiva, quando o paciente está muito agressivo, podendo estar armado, colocando em risco a própria e vida e a dos outros. O apoio policial acontece para garantir a proteção tanto da equipe médica, quanto do paciente e das pessoas que estiverem no entorno”, explica Luiz Antônio Mansur, diretor clínico de atendimento do Samu Maceió.

Desde o início do ano, o Samu Alagoas já realizou 1.050 atendimentos psiquiátricos, sendo 641 pela Central Maceió e 409 através da Central Arapiraca. Os principais casos são de esquizofrenia, distúrbios psicóticos, dependência química e tentativa de suicídio.

Segundo a médica reguladora, Martha Valente, o veículo utilizado para fazer o transporte de pacientes psiquiátricos são as Unidades de Suporte Básico (USB), com a equipe formada por um condutor socorrista e técnicos de enfermagem. “Na hora em que precisamos deslocar essas pessoas que estão em crise, agitados, agressivos ou violentos, pedimos ajuda dos familiares para fazer a contenção do paciente e colocá-lo na maca, onde fazemos uma amarração com ataduras, material utilizado para não machucá-lo”, afirmou a médica.

Em algumas situações, onde não é possível fazer essa contenção, devido ao estado agitado ou agressivo da pessoa, é necessário o envio de uma Unidade de Suporte Avançado (USA) para que a equipe - composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e o condutor socorrista - possa fazer a aplicação de uma medicação neuroléptica, onde o paciente fica mais calmo, para poder fazer o transporte.

Durante o atendimento telefônico, quando o médico regulador é informado que a pessoa está em crise, mas não está pondo ninguém em risco, o profissional do Samu orienta ao solicitante que tente administrar a medicação tomada diariamente pelo paciente, para, quando ele estiver mais calmo, procurar o médico que realiza o acompanhamento clínico ou procurar algum Caps.


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