Desvios em Canapi

TC encobria irregularidades do ex-prefeito Celso Luiz

Denúncia é do conselheiro Anselmo Brito que revela pressão por parte do conselheiro afastado Cícero Amélio
Por José Fernando Martins 23/04/2017 - 18:05

ACESSIBILIDADE

Brito sobre Celso Luiz: recordista em omitir informações - Divulgação
Brito sobre Celso Luiz: recordista em omitir informações - Divulgação

Acusado de chefiar um esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 27 milhões dos cofres públicos de Canapi, o ex-prefeito Celso Luiz Tenório Brandão (PMDB) chegou a ser “blindado” pelo Tribunal de Contas do Estado (TC-AL). A informação é do conselheiro Anselmo Brito, relator da prestação de contas dos anos de 2013 e 2014 referentes à administração do peemedebista. Até o momento, nenhuma das prestações de contas foi levada ao plenário. Já as finanças dos anos de 2015 e 2016 estão sob responsabilidade da conselheira substituta Ana Raquel Ribeiro Sampaio, atualmente em férias. 

Conforme Brito, o ex-prefeito foi recordista em omitir informações ao TC. “O gestor deve enviar as prestações de contas ao Tribunal todo mês de abril. Recebemos as prestações de 2013 e 2014 atrasadas. Celso Luiz levou diversas multas por causa disso”, contou ao EXTRA. O conselheiro acrescentou também que Celso Luiz descumpria a norma de entregar mensalmente à Justiça documentações públicas, como editais, procedimentos administrativos e contratos. “Mandou quase nada, senão nada, ao Tribunal”, disse. 

Todo o descompromisso com as contas pode ter um motivo: a influência da conselheira Maria Cleide Costa Beserra, esposa do ex-prefeito de Canapi. Embora o julgamento da prestação de contas de várias cidades de Alagoas esteja atrasado, o conselheiro alega que sofreu impedimentos para exercer o seu trabalho. “À época, o ex-presidente do TC, Cícero Amélio, hoje afastado, deu uma ordem no plenário para que os processos que envolvessem parentes de Maria Cleide fossem enviados a ele. Precisei procurar a associação da nossa categoria para entrar com um processo contra um próprio membro da Corte”.  Anselmo Brito resume o episódio como “a pressão mais forte e baixa que já aconteceu no Tribunal”. 

Leia mais no jornal EXTRA nas bancas!


Encontrou algum erro? Entre em contato