NO BRASIL

Vacinação contra covid-19 só acabará em 610 dias, estima pesquisador da Ufal

Já foram aplicadas no Brasil 46,2 milhões de doses das vacinas da Astrazeneca, CoronaVac e Pfizer
Por Bruno Fernandes com agências 20/05/2021 - 12:43

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Ascom Semas
Profissionais da saúde aplicaram vacina nos usuários do abrigo
Profissionais da saúde aplicaram vacina nos usuários do abrigo

Pesquisadores de Alagoas, que fazem parte do grupo ModCovid19, conduziram um estudo que resultou em um modelo matemático divulgado nesta quinta-feira, 20,ccom previsões de quando a vacinação contra a Covid-19 será concluída nos estados e municípios do país.

O sistema conta com dados do Governo Federal, devidamente corrigidos, e considera o ritmo de vacinação dos últimos 30 dias para projetar quando a imunização será finalizada no País. Segundo a plataforma, já foram aplicadas no Brasil 46,2 milhões de doses das vacinas da Astrazeneca, CoronaVac e Pfizer.

No atual ritmo de aplicação, com uma média de 294,8 mil primeiras doses e 248,6 mil segundas doses sendo administradas diariamente, o Brasil só irá concluir a vacinação em 610,3 dias, ou seja, daqui a cerca de 1 ano e 8 meses.

As previsões preocupam por apresentarem a lentidão diante da urgente crise de saúde mundial. Vale lembrar que a plataforma é atualizada de acordo com a chegada de novas vacinas, o aumento ou a diminuição do ritmo de vacinação e outros vários critérios, segundo comunicado agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Possíveis inconsistências nos dados oficiais foram removidas pelos pesquisadores, de acordo com a agência. “Nós fazemos a limpeza desses dados, de modo que as informações sejam mais próximas da realidade”, explica o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

“Na base fornecida pelo governo existem milhões de dados com problemas. Há dados de vacinados que teriam nascido no século 19, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e recebido a vacina antes de 2021”, conta Oliveira.

Com informações mais precisas, o pesquisador acredita que a plataforma poderá ajudar na tomada de decisão em políticas públicas municipais e estaduais, alertando caso alguma localidade perceba que muitas pessoas não tomaram a segunda dose, por exemplo.

“Com essa informação em mãos, é possível realizar campanhas de conscientização. A ferramenta pode ser importante também para moradores de cidades pequenas, por exemplo, que não têm muitas informações sobre a vacinação”, diz Oliveira.

A tecnologia do sistema em si foi desenvolvida no Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da UFAL. O projeto é apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

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